quarta-feira, 4 de novembro de 2009

30 de Outubro, Palmas, 2h15

A chuva que caiu na noite de hoje, alguns minutos antes do início da cerimônia de abertura da Mostra, aqui em Tocantins, não afastou o fiel público de cinema. Com a sala praticamente lotada, Marco Antonio Monteiro, Diretor Regional do SESC/TO, saudou os presentes e destacou que este evento é a concretização da primeira ação em parceria com a Embaixada da França no Brasil. "Espero que essa seja a primeira de várias outras. A Mostra é um importante projeto para nós porque incrementa a programação cultural desta unidade que é muito recente. Foi inaugurada em 2007", disse.

Pierre Colombier, Conselheiro de Cooperação e Ação Cultural da Embaixada da França no Brasil, fez coro ao discurso de Marco. "O SESC foi um dos primeiros parceiros a demonstrar interesse em participar desta festa da cultura francesa. Para nós da Embaixada, e para mim particularmente, é um prazer trabalhar com o SESC", revelou.

Serge Bozon, diretor do filme exibido, A França, falou duas vezes ao público. Na primeira, antes da exibição de seu longa, arrancou aplausos da plateia ao dizer que o cinema mais próximo do coração dos franceses é o cinema brasileiro. Na segunda, ele participou de um debate no qual os espectadores tiveram oportunidade de tirar dúvidas sobre o filme e discutir questões conceituais e do processo de criação. Entre outras coisas, ele explicou porque optou pela música como elemento narrativo. "Enquanto estudava o tema para fazer o filme, vi fotos de soldados que improvisavam instrumentos musicais com o que encontravam pelo caminho. Capacetes e aros das rodas de bicicletas transformavam-se em um bandolim, por exemplo. Isso me marcou e percebi o quanto a música era um elemento importante no front de guerra", explicou.

Logo em seguida ao debate houve um coquetel em que diretor e plateia interagiram de forma menos formal. Pedidos de autógrafo e fotos revelaram o quanto o filme foi bem aceito e apreciado por todos.

Sempre com muito bom humor, Serge contou, entre um gole e outro de vinho, que tinha muita curiosidade em saber como o público se comportaria em uma exibição gratuita de seu filme. E confessou que durante a projeção se sentiu um pouco inseguro, ao ver algumas pessoas saindo da sala. Mas relaxou quando viu que elas retornavam. "Fiquei muito feliz com oortunidade de poder conversar com as pessoas que assistiram A França. Já fui crítico de cinema e pensar a sétima arte é para mim um prazer. Ainda mais quando o debate acontece em outro país, com hábitos e cultura diferentes dos franceses".

Hoje à tarde todos retornam para seus destinos. Serge volta para Paris, Brigitte para o Rio e Pierre para Brasília. Na bagagem, a certeza de que o intercâmbio entre a França e o Brasil é literalmente coisa de cinema. A Mostra continuará seguindo seu percurso com exibição de filmes em todo o país. Confira a programação aqui no site.

Nenhum comentário:

Postar um comentário