sábado, 14 de novembro de 2009

Blumenau, Santa Catarina

Abrimos o evento na terça-feira, 3 de novembro, com a presença da parceira e diretora da Aliança Francesa em Blumenau e do escritor e histriador Viegas Fernandes, que fez uma pequena apresentação aos presentes sobre o cinema francês e suas influências. Logo após, os espectadores assistiram ao primeiro filme da Mostra, Povoado Number One.

Na quarta-feira, tivemos um público bem maior, possivelmente seduzidos pelos comentários dos espectadores da véspera. Nesta noite foi exibido O último dos loucos, drama que causou nos presentes uma comoção grande. Reação bastante diferente do dia anterior. O fato nos fez refletir sobre as diferentes sensações e percepções que encontramos de acordo com as produções.

Na quinta-feira, a ameaça de chuva prejudicou um pouco a apresentação. No entanto a surpresa de A Esquiva, com seu metateatro em película, suas gírias juvenis e problemas que afligem cada vez mais os jovens, inseguros dos seus sentimentos, pouco compreendidos por aqueles que um dia o foram; garantiu uma noite leve e agradável a todos.

A chuva também não ajudou na sexta-feira, mas no sábado o tempo melhorou e o público compareceu para sorrir e chorar com a exibição de A França. No domingo, o enquadramento longo do drama Até já, inquietou um pouco o público.

Ainda temos exibições até terça, mas estes dias nos mostraram o impacto que a Mostra causou no público de Blumenau. As notícias da mídia provocaram telefonemas de curiosos, que querem saber que quixotiana ação é essa em terra de alemão.
Não sabem eles, que só é o começo...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

30 de Outubro, Palmas, 2h15

A chuva que caiu na noite de hoje, alguns minutos antes do início da cerimônia de abertura da Mostra, aqui em Tocantins, não afastou o fiel público de cinema. Com a sala praticamente lotada, Marco Antonio Monteiro, Diretor Regional do SESC/TO, saudou os presentes e destacou que este evento é a concretização da primeira ação em parceria com a Embaixada da França no Brasil. "Espero que essa seja a primeira de várias outras. A Mostra é um importante projeto para nós porque incrementa a programação cultural desta unidade que é muito recente. Foi inaugurada em 2007", disse.

Pierre Colombier, Conselheiro de Cooperação e Ação Cultural da Embaixada da França no Brasil, fez coro ao discurso de Marco. "O SESC foi um dos primeiros parceiros a demonstrar interesse em participar desta festa da cultura francesa. Para nós da Embaixada, e para mim particularmente, é um prazer trabalhar com o SESC", revelou.

Serge Bozon, diretor do filme exibido, A França, falou duas vezes ao público. Na primeira, antes da exibição de seu longa, arrancou aplausos da plateia ao dizer que o cinema mais próximo do coração dos franceses é o cinema brasileiro. Na segunda, ele participou de um debate no qual os espectadores tiveram oportunidade de tirar dúvidas sobre o filme e discutir questões conceituais e do processo de criação. Entre outras coisas, ele explicou porque optou pela música como elemento narrativo. "Enquanto estudava o tema para fazer o filme, vi fotos de soldados que improvisavam instrumentos musicais com o que encontravam pelo caminho. Capacetes e aros das rodas de bicicletas transformavam-se em um bandolim, por exemplo. Isso me marcou e percebi o quanto a música era um elemento importante no front de guerra", explicou.

Logo em seguida ao debate houve um coquetel em que diretor e plateia interagiram de forma menos formal. Pedidos de autógrafo e fotos revelaram o quanto o filme foi bem aceito e apreciado por todos.

Sempre com muito bom humor, Serge contou, entre um gole e outro de vinho, que tinha muita curiosidade em saber como o público se comportaria em uma exibição gratuita de seu filme. E confessou que durante a projeção se sentiu um pouco inseguro, ao ver algumas pessoas saindo da sala. Mas relaxou quando viu que elas retornavam. "Fiquei muito feliz com oortunidade de poder conversar com as pessoas que assistiram A França. Já fui crítico de cinema e pensar a sétima arte é para mim um prazer. Ainda mais quando o debate acontece em outro país, com hábitos e cultura diferentes dos franceses".

Hoje à tarde todos retornam para seus destinos. Serge volta para Paris, Brigitte para o Rio e Pierre para Brasília. Na bagagem, a certeza de que o intercâmbio entre a França e o Brasil é literalmente coisa de cinema. A Mostra continuará seguindo seu percurso com exibição de filmes em todo o país. Confira a programação aqui no site.

19 de Outubro, Palmas 15h30

O Conselheiro de Cooperação e Ação Cultural da Embaixada da França no Brasil, Pierre Colombier, chegou hoje no início da tarde em Palmas, no Tocantins, para prestigiar a abertura da Mostra do Cinema Francês Contemporâneo. Ele foi recebido pelo Presidente da Fecomercio Tocantins, Hugo de Carvalho, e pelo Diretor Regional do SESC, Marco Antonio Monteiro. Daqui a pouco, Pierre Colombier vai conversar com jornalistas e falar sobre suas expectativas em relação a uma maior integração cultural entre o Brasil e a França.

A cerimônia de abertura da Mostra, em Tocantins, acontece hoje, às 19h no Cine SESC Palmas.

28 de Outubro, Palmas, 19h

A herança da Nouvelle Vague na produção cinematográfica francesa atual e mais especificamente na de Serge Bozon foi o principal tema em pauta durante a coletiva de imprensa desta tarde, quarta-feira, em Palmas, Tocantins. O cineasta francês afirmou que apesar da influência russa e americana em sua obra, o conceito da Nouvelle Vague é moderno e a França continua na vanguarda do cinema. Quando perguntado sobre a atualidade do diretor Jean-Luc Godar, referência deste movimento, Serge já muda de opinião. Ele disse que Godard é moderno mesmo estando seu cinema em declínio. "Conheço pouquíssimos diretores com, ou perto de 80 anos, que ainda fazem bons filmes. Um deles é o português Manoel de Oliveira que tem fôlego e visão de um jovem". Ele contou ainda que a França realiza em média 200 filmes por ano e os oito diretores participantes da Mostra têm muito respeito por este movimento cinematográfico que revolucionou a forma de fazer cinema nos anos 60.

Outra questão abordada pelos jornalistas foi o tratamento que Serge deu a guerra em seu filme. "A França tem cenas de violência, mas procurei ver a questão de outra forma. O que o filme mostra não é uma agressão física. Mas um meio de fazer o público pensar e quem sabe gerar uma transformação interna nos espectadores", explica. Ele deixou claro para a imprensa que não faz filmes de propaganda e que é contra os que são feitos para passarem uma mensagem. Irônico, brincou com os jornalistas. "Quando eu quero mandar uma mensagem para alguém eu vou ao correio ou envio um e-mail".

Brigitte Veyne, que também participou da coletiva, contou que o Ano da França no Brasil teve 600 projetos chancelados pela Embaixada francesa e 50 deles na área de audiovisual da qual é responsável. Quando perguntada sobre a escolha de Tocantins para celebrar a Mostra, ela lembrou que um dos objetivos desse evento é difundir fora do eixo Rio-São Paulo a cultura e a cinematografia francesa.

Amanhã, às 19h será exibido o filme de Serge Bozon, A França no Cine SESC Palmas.

28 de Outubro, Fortaleza, 1h

O Cine SESC Severiano Ribeiro chamava a atenção de quem passava pelo centro de Fortaleza esta noite. Um pedaço da França aterrisou no Brasil. As cores vermelha, azul e branca da bandeira francesa iluminavam a fachada do cinema e as músicas de Edith Piaf ajudavam a recriar a aura parisiense para a abertura oficial da Mostra do Cinema Francês Contemporâneo.

A cerimônia teve início às 19h30. A Diretora Regional do SESC Ceará, Regina Leitão, recepcionou o público e falou das ações da Instituição na área de cultura. Regina Leitão ressaltou que o objetivo da Mostra vai além da experiência cinematográfica francesa, possibilitando o diálogo entre artista e público.

Logo depois, Aurea Vieira, Coordenadora do Comissariado do Ano da França no Brasil, agradeceu o apoio e o acolhimento do SESC para a realização do evento e, especialmente, do SESC Ceará por devolver ao povo de Fortaleza o Cine SESC Severiano Ribeiro.

Brigitte Veyne, Adida Audiovisual da Embaixada francesa, lembrou que a Mostra traz filmes que registram a visão da França atual por meio de seus autores e que esta iniciativa possibilita a melhor compreensão da cultura e da sociedade francesa pelos brasileiros. Brigitte disse acreditar que o Ano da França no Brasil não terminará junto com as comemorações no dia 15 de novembro. “É apenas o começo de um relacionamento maior entre os dois países”, disse.

Finalmente, o Diretor do filme A França, Serge Bozon, foi chamado ao palco para apresentar seu longa. Trata-se da história da jovem Camille que descobre a verdadeira França quando, disfarçada de homem, parte para o front de guerra a procura de seu marido.

Serge revelou sentir-se extremamente honrado por ter seu filme exibido no Cine São Luiz. O diretor contou que conhece muitos cinemas no mundo inteiro, mas que nunca tinha visto um tão lindo. Quanto a expectativa sobre a recepção de seu filme pelo público, Serge disse que estava um pouco ansioso para descobrir como as pessoas iriam reagir, mas que sabia que um longa autoral não agrada facilmente.

Após a exibição, a plateia aplaudiu muito o filme, contrariando as expectativas de Serge e celebrando A França.

27 de Outubro, Fortaleza, 16h

Começa daqui a pouco, às 19h a cerimonia de abertura da Mostra de Cinema Francês Contemporâneo, no Cine SESC Severiano Ribeiro. Brigitte Veyne, Adida Audiovisual da Embaixada francesa e uma das convidadas do evento, acredita que a capilaridade do SESC é um dos fatores mais importantes para o sucesso da Mostra. "Estou imensamente feliz em saber que os filmes franceses vão ser exibidos em todo o país e não somente no Rio ou São Paulo. Isso é muito empolgante para nós da Embaixada", revela.

Brigitte mora há um ano e meio no Rio de Janeiro e conhece bem o trabalho desenvolvido pelo SESC. Ela guarda um carinho especial pela Instituição. "Desde que cheguei ao Brasil comecei a trabalhar em projetos que envolviam o SESC. Sempre fui muito bem acolhida por todos e isso facilitou minha adaptação ao novo país e à nova cultura ", disse.

Amanhã, todos seguem para Tocantins onde acontecerá também uma cerimônia de abertura da Mostra.

26 de Outubro, Fortaleza, 19h

O diretor do filme A França (La France no original) Serge Bozon já está em Fortaleza para a abertura da Mostra do Cinema Francês Contemporâneo, que acontece amanhã às 19h no Cine SESC São Luiz. Serge passou a manhã respondendo a perguntas dos jornalistas sobre seu filme e sua participação no evento. Ele foi enfático ao explicar que o processo de criação do longa não passa pela construção histórica, já que A França é um filme ambientado na Primeira Guerra Mundial. "Filmei praticamente todas as cenas na natureza, pois ela é para mim a representação simbólica da não reconstrução. A natureza não se reconstrói. Assim como as marcas da Guerra", disse.

Essa é a primeira vez que Serge Bozon vem ao Brasil divulgar seu trabalho. Admirador do Cinema Novo, movimento cinematográfico brasileiro da década de 1960, ele elegeu Glauber Rocha como seu diretor preferido. "Conheço bem a cinematografia latino-americana, mas particularmente sempre me interessei mais pela brasileira. Adoro o filme Antônio das Mortes de Glauber", confessa.

Amanhã, a maratona de entrevistas para a mídia local continua durante o dia. À noite, após a exibição de seu filme, Serge vai participar de um debate com os presentes à abertura da Mostra.